sábado, 23 de novembro de 2019

FIRE, uma jornada solitária?

FIRE, para quem não sabe, significa Financial Independence Retire Early, ou seja, um movimento bem relevante sobre os esforços individuais para sair da corrida dos ratos, para levar uma vida mais leve e independente de terceiros.

Infelizmente, poucos possuem discernimento ou até mesmo interesse em abdicar de luxos ou comportamentos imediatistas em prol de uma vida sem a dependência de um contracheque que te aprisiona. Para complicar ainda mais a jornada, pouquíssimos têm a sorte (ou providência) de ter alguém próximo, ou até mesmo um parceiro(a) que valorize tanto, quanto nós que buscamos. Eu sou um desses que não teve o privilégio de ter uma companheira que fale a mesma língua.

Me parece que a maioria que busca FIRE, está trilhando uma jornada solitária, mesmo tendo alguém "ao seu lado". Eu posso falar por mim que, desde bem antes de casar e ter filhos, ainda solteiro, foi desde meu primeiro salário de estágio que eu já economizava o máximo possível, então a disciplina de poupar sempre foi algo bem natural pra mim. E se tem algo que dificulta, e muito, é não ter alguém próximo para dividir essas conquistas com transparência.

Ainda falando de minha situação, minha esposa é o oposto de mim, não apenas sobre lidar com dinheiro, como em muitos assuntos. Por falta de compatibilidade de interesses, até mesmo temos poucos assuntos em comum. Felizmente, filhos é um assunto, ao menos este, que está em comum.

Antes que alguém pense que eu planeje uma separação, eu já pensei algumas vezes, sim. Mas quando uso o racional, concluo que minha personalidade sempre foi o de uma pessoa solitária, mesmo estando casado e com filhos. Eu valorizo muito, e me sinto muito confortável em meus momentos solitários. Então, passar por um processo de separação, perder metade do patrimônio que tanto lutei para conseguir, não estar com filhos com a frequência de hoje, tenho até pesadelos só de pensar. Quem conhece a história de vida de Warren Buffet, sabe que esse jeito solitário para lidar com relacionamentos, também tem a ver com ele, mas não que eu me ache alguém que chegue aos pés dele. Cito isso, pois me parece que quem trilha um caminho com foco em investimentos, parece que deixa todo o resto em segundo plano. Isso parece ser o caso dele, e é definitivamente o meu.


Eu tenho um amigo pessoal, que tem uma companheira que valoriza tanto investimentos quanto ele. Yuka, do blog Viver sem Pressa, também possui um companheiro que possui os mesmos interesses que ela nesta jornada FIRE. Só posso afirmar, que ambos possuem um tesouro. Acredito que a jornada a dois é muito mais prazerosa, muito menos dura. Mas eu não os invejo, acredito que as pessoas lidam com fardos que são capazes de carregar. Por algum motivo que nunca serei capaz de entender, preciso lidar com a jornada sozinho.

Engraçado, que eu comecei a escrever este post para falar sobre FIRE, e fatalmente caí numa vertente de jornada solitária. Acabei de alterar o título deste post, já que dei este foco.

Fire from Home Alone 😜

Será se a jornada solitária compensa? Poderiam pessoas tão diferentes conviver bem mesmo assim, principalmente quando o assunto é FIRE? Para mim, até ano passado (este ano consegui mudar alguns comportamentos para me libertar da prisão que FIRE pode proporcionar, possível post futuro), foi bem difícil. Eu me tornei (até ano passado) uma pessoa mais mão fechada ainda, pra mim uma das coisas que mais importa é me tornar FIRE (spoiler: já o sou, outro assunto para um próximo possível post). Não explicitar isso, por um lado eu sinto como se estivesse enganando quem está próximo, mas por outro, sem me sentir superior nem nada, poderia prejudicar os relacionamentos, pois como escrevi no início deste post, difícil que as pessoas tenham discernimento ou interesse. Desfrutar FIRE silenciosa e solitariamente, vale a pena? São cenas dos meus próximos capítulos.


Até mais, pessoal!

24 comentários:

  1. Me identifiquei muito com o seu texto. Eu também estou em busca da FIRE e sinto o quão solitária é essa jornada. Também sou casado, mas minha esposa não compartilha do mesmo pensamento, nem liga para a parte financeira, praticamente vive na corrida dos ratos, gastando tudo o que ganha mês após mês. Ela nem faz ideia do patrimônio que já acumulei e do que tenho investido (já estou numa fase em que todos os investimentos conseguem cobrir as despesas fixas mensais) e às vezes isso me dá uma sensação estranha, exatamente como vc disse, como se estivesse escondendo algo. Ao mesmo tempo, acho arriscado ela ficar sabendo de tudo e não saber como ela poderia reagir - como diz o ditado popular, a ignorância é uma bênção. Parabéns pelo post, sempre acompanho seu blog e suas postagens, Grande abraço.

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    1. Fiquei impressionado com a quantidade de comentários tão logo depois que postei sobre o assunto. Pelo visto é bem frequente e maioria dos que buscam FIRE, ou uma vida menos refém da corrida dos ratos. Vou responder já já os demais comentários.

      Me parece que sim, a ignorância é uma bênção, e isso se aplica como nunca nesta jornada. E eu pouco vi na blogosfera, na verdade nunca vi, alguém sequer citar sobre a jornada solitária. Agradeço bastante seu relato, além de sua visita e contribuição, volte sempre. Um grande abraço.

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    2. Na verdade, tem um ótimo post do Investidor do ABC sobre a solidão nessa jornada pela busca da independência financeira. Além do seu blog, acompanho o dele também, pois me identifico com o conteúdo que vcs postam, e provavelmente por estarmos em estágios de vida e idade semelhantes.

      Segue um trecho: "A vida do investidor pessoa física é solitária. É um verdadeiro teste para nossas mentes e nossa força de vontade, além de ser um desafio extra se você quiser além de progredir financeiramente progredir intelectualmente e espiritualmente também".

      http://investidordoabc.blogspot.com/2018/04/tedio-isolamento-e-carteira-do-mes.html

      E essa jornada solitária não se resume à esposa não saber nada sobre meus investimentos, também se estende a pais, irmãos etc. É difícil até mesmo conversar sobre o assunto com amigos, pois muitos não desenvolvem o hábito de investir, ou não acreditam em independência financeira...Do meu círculo social, que não tem tantas pessoas assim (também sou uma pessoa mais reservada), apenas consigo conversar sobre investimentos com um colega de trabalho, após apresentar para ele o mercado de ações e FIIs...de resto, é a solidão da jornada mesmo.

      Grande abraço




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    3. Gostei da sua indicação, dei uma boa navegada e acabei lendo algumas postagens. Vou adicionar em meu feed para acompanhá-lo, muito obrigado.

      Interessante, é que ele, mesmo na cifra de seis dígitos, continua pegando ônibus e levando marmita. Eu também fazia isso já tendo alcançado este mesmo patamar, e hoje trabalhando em casa, também almoço em casa e dificilmente como na rua.

      Pelo visto é muito comum que pessoas introvertidas se preocupem mais com esse assunto, parece existir alguma relação. Eu consigo conversar, ainda pouco, com poucas pessoas, mas ainda não na profundidade que eu estudo e invisto.

      Grande abraço, obrigado pela visita.

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    4. Olá amigos, que bom que temos pessoas que têm gostos e perfis em comum. Uma grande sorte e que Deus nos ajude! Abraços! Só uma pequena correção sem importância: na verdade seriam 7 dígitos kkk.

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    5. Me desculpe pelo enorme equívoco! Hahahaha

      Estamos e não estamos sozinhos nessa. Muita força pra gente. Um abraço, e obrigado pela visita!

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  2. Fala Milionário , beleza chefe ? então broder, confesso que quando ouço esse nome "Fire" me embrulha o estômago. Seria esse mesmo o sentido da vida? se aposentar recebendo renda passiva todo mês ? será que você precisa mesmo de 4milhões rendendo 0,3% ao mês para ser feliz ?

    Você já parou para pensar que sua esposa possa ter os mesmos pensamentos sobre você ? Será que você é realmente um bom marido ? pense nisto.

    Enfim , existe um mandamento dos 10 mandamentos que diz o seguinte

    " Não adorará outros Deuses" e quando se fala isso, muitos pensam em adorar animais , deuses fantaiosos ou coisas do tipo, mas adorar DINHEIRO , SEXO , e VIcios em geral também entra nesse aspecto.

    Eu descobri através da experiência do meu pai e da minha experiência também, que não podemos ser escravos do dinheiro , devemos andar pelo caminho do meio.

    Acho super importante poupar, investir, mas ao mesmo tempo que você cuida da saúde , cuida da sua familia , goza de alguns prazeres também, ao mesmo tempo que você ajuda outras pessoas do seu meio, seja por doações ou por seu conhecimento em sí.

    Eu por exemplo , sou um cara materialista, pra mim ter um bom carro , uma boa casa mobiliada e uma esposa e filhos são metas na minha vida.

    Não quero te convencer que "Fire" é Bulshitt porque eu vi meu pai e meu tio alcançarem isso e se frustarem, assim como o Corey aqui na Finansfera, mas acho válido conceituar algumas coisas.

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    1. Não precisa alcançar a IF pra se frustrar, pessoas podem se frustrar de várias formas.
      A questão é estar ciente do que se quer e quais os "preços" a pagar e não ficar idealizando vida perfeita.
      A cada etapa conquistada surgem novos desafios, novos questionamentos...

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    2. Beleza, chefe! Eu já me sacrifiquei muito, e repensei muito principalmente durante este ano. Na verdade, eu já me considero FIRE, pois aplicando a regra dos 4%, já possuo minhas despesas fixas e do que preciso para viver sem me apertar, e não planejo seguir neste ritmo até o patamar de 4 milhões, que acredito ter sugerido por ser algo em torno de 1 milhão de dólares, como era o objetivo do Sr. If.

      Sim, minha esposa já foi bem explícita sobre alguns de meus comportamentos, e por isso mesmo eu passei a abrir mais a mão, a ceder mais, embora discorde de algumas coisas. Eu particularmente não gosto de datas comemorativas, de festejar em casas de festas, eu acho tudo isso um consumismo muitíssimo tendencioso, e são coisas que ela valoriza. E como um casal deve ceder em algumas coisas, então eu às vezes cedo, e ela às vezes cede, e assim seguimos sem grandes aborrecimentos.

      Na verdade, pessoas muito diferentes em objetivos e gostos podem se dar bem sim, e eu sou uma prova real disso. Por motivos muito menores, eu conheço casos de pessoas que se separaram, e nós continuamos juntos, ainda que eu seja uma pessoa de comportamento solitário, como argumentei na postagem.

      Fazendo uma análise bem crítica, eu era um marido muito pior. Eu era uma pessoa muito grosseira, como sempre muito mais racional que emocional. Já deixei de falar com muita gente, não uso mais redes sociais, principalmente por conta da famigerada política. Hoje em dia, sou bem mais tolerante, relevo coisa pra caramba, abro mais a mão, e prefiro não adentrar em discussões em que tenho muita convicção que vencerei em argumentos concretos. Mais uma vez, faço valer que "a ignorância é uma bênção". Então, tenho consciência de que não sou nenhum marido exemplar de comercial de margarina, mas procuro ser uma pessoa coerente e justa dentro de minhas própria limitações.

      Acho curioso falar sobre adoração de deuses, culto ao dinheiro. Se há uma coisa que posso afirmar, é que eu não adoro o dinheiro. Apesar de ele me proporcionar liberdade para sair da corrida dos ratos, eu não vivo em função dele. Na verdade, ele é que trabalha pra mim, e trabalha muito duro, para que eu tenha chegado no patamar atual, e que pretendo alcançar bem mais. E se tem algo que eu não sou, é um cara religioso. Não existe nenhuma religião mundana que hoje me atraia, apesar de acreditar em Deus. Me considero agnóstico.

      Acho interessante você tocar neste assunto, e se assumir como alguém materialista, onde suas metas são o carro, a casa e ter família. Antes de adquirir educação financeira mínima, eu também tinha essas vontades, mas a partir que entendi algumas poucas coisas, minha vontade de ter imóvel e de me tornar escravo da "máfia das concessionárias" caíram por terra. Trocar de carro a cada três anos, por exemplo, para não "perder dinheiro", é uma das maiores sandices que existe. O mesmo que acreditar que o melhor lugar para se investir seria em bancos de varejo. Quanto à família, foi algo que veio naturalmente, eu nunca tive como meta ter esposa e filhos, e hoje fazem parte de minha vida.

      A jornada FIRE é dura quando solitária, e é o caso de muitos. Então, como uma forma de proteção, tomamos atitudes até mais enérgicas que o "normal", pois acabamos ficando cegos para saírmos da corrida dos ratos o mais rápido possível. Muitos detestam seus empregos e passam por situações horríveis, então o que está em jogo é a própria saúde física e mental para se tornar uma pessoa mais livre. Cuidar da saúde física e mental é algo que venho prestando mais atenção sim, mas não vou mentir que ficaram muito em segundo plano, tamanho foco na jornada, e isso me trouxe alguns efeitos colaterais. Felizmente ainda sou novo para correr atrás do prejuízo.

      Seus comentários somaram bastante, e já estão me ajudando a pensar alguns pontos de vista que não estava prestando muita atenção. Volte sempre, grande abraço.

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    3. A frustração poderá vir, independente do contexto, em diferentes níveis. Como em tudo na vida, fazemos escolhas, não podemos ter tudo. Vida perfeita não existe, felicidade ou falta dela é muito relativo.

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  3. Ah outra coisa que eu lembrei aqui.. acho interessante você saber.

    Lembro de uma vez que falei para um milionário aqui da minha cidade sobre eu querer ser muito rico um dia, que eu economizava bastante e etc. Ele me disse o seguinte.

    " Olha, ser rico é bom, você sem dinheiro não é nada, mas lembre-se que comer uma picanha sozinho é bom, mas comer com os amigos e familiares é muito melhor "

    Oque ele quis dizer com isso ? que não adianta voce se tornar o Mr.Mustache, mas se não cultivou relacionamentos durante sua vida, e como se cultiva relacionamentos com outros ? Viajens, churrasco em dia de domingo,ida a aniversários, socializações em geral e tudo isso se tem um gasto que acredito a maioria dos Fires não estão disposto a gastar. Aí realmente, seguem uma jornada Solitária que acaba em infelicidade.

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    1. Sim, eu captei essa mensagem no seu primeiro comentário. Só que, muito antes de atingir meu patamar atual, eu sempre fui uma pessoa de comportamento solitário. Na verdade, perseguir FIRE foi algo que apenas me proporciona fazer escolhas. Foi graças à isso, que eu pude ousar e hoje trabalho em modelo home-office, sem nenhuma "garantia" CLT. Passei por perrengues, onde ganhei bem menos, mas não tinha coragem de ousar. Hoje tenho coragem de ousar, e se tem algo que me enche de coragem, é ter tamanho patrimônio, pois não preciso de terceiros ou não preciso de um salário (baixo) caindo religiosamente em minha conta.

      Como eu nunca fui uma pessoa materialista, muito antes mesmo de eu adquirir consciência financeira, penso que o dinheiro, para mim, não serve para adquirir bens materiais. Serve para que você não se sujeite à situações, que em sua perfeita sanidade mental, não considere ao menos adequado.

      Que eu preciso melhorar no quesito de gastar mais com experiências com a família? Sim, sem dúvidas. É o ponto de ceder, que comentei antes. Eu não valorizo socializações, sou uma pessoa solitária. Ficar em casa jogando videogame ou programando, para mim eu já fico muito feliz. Quando conheci minha esposa, muito antes de nos casarmos, ela já sabia que eu era assim, não enganei ela e ninguém de meu convívio. Eu nunca tive vontades mundanas de consumo e de socialização, sou muito pacato e me vejo numa cidade do interior ao final de minha vida. Pra ser sincero, eu não valorizo essas coisas que praticamente o mundo todo valoriza.

      Tem uma única coisa que eu valorizo em toda essa história: o que estiver em meu alcance, não serei capacho de ninguém. O dinheiro me proporciona escolhas. Ao menos um recrutador entra em contato comigo por semana, e sempre recuso, pois trabalho remoto e de onde eu quiser. Isso para mim é praticamente um ensaio para o verdadeiro FIRE.

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    2. Bacana Milionário. Ainda bem que você conseguiu captar minhas mensagens e te fez refletir um pouco. Já fico feliz por isso.

      Acho que o mais importante aqui é ponderar que esse movimento FIRE talvez não seja essa coisa toda que muitos pregam. Deixam de ter uma vida relativamente confortável para acumular dinheiro.

      Eaí não falo nem da pessoa morrer e deixar o dinheiro para outros e sim achar que depois que atingir a FIRE a vida dele será totalmente diferente, como te falei, meu pai também acreditava nisso.

      Você falou que adquiriu Conhecimento financeiro, pra você ver, eu também, eu tenho consciencia financeira e sou conhecido por ser mão de vaca na minha cidade, meu pai mesmo já falou que eu serei o futuro cara mais rico da cidade se continuar nesse pique.

      Mas enfim , hoje eu já começo a pensar as coisas de forma diferente. Aprendi através da doação, ajudar outras pessoas que isso é a principal ferramenta que o dinheiro pode proporcionar. Ajudar alguém que precisa de uma cirurgia urgente, comprar um brinquedo para uma criança , o sentimento que isso proporciona não tem preço.

      E oque eu vejo nos FIRES é totalmente ao contrário, os caras só querem acumular dinheiro e atropelam todas as outras áreas da vida para isso.

      Sei que a maioria destes querem sair de sua "CLT" mas eu como um empreendedor nato não consigo ver como uma pessoa com 50k+ de capital trabalha para outros.

      Oportunidades para empreender estão cheias por aí, quem tem capital consegue ganhar dinheiro. Bom , pelo menos eu sei fazer dinheiro.. Enfim , conversa produtiva por aqui.

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    3. Eu realmente descobri que, ao alcançar FIRE, o mundo não fica cor de rosa. Passei por algumas situações que me fizeram acordar para essa realidade, não é esse encantamento todo que se projeta.

      Muito interessante relatar sobre ser possivelmente o mais rico de sua cidade, eu chuto que mora em uma cidade pequena. O poder da doação é realmente algo incrível, e eu comecei a me desgarrar deste sentimento egoísta de posse a partir de quando me tornei pai. Eu compro para filhos com o maior prazer do mundo. E sim, vejo que muitos que almejam FIRE fazem isso mesmo, não aproveitam a jornada e ignoram todos os outros aspectos da vida. Eu mesmo fiz isso por muitos anos, e agora procuro relaxar.

      A questão poderia ter a ver com dinheiro também, mas acho que é bem mais que isso. Dificilmente alguém na corrida dos ratos chega em 50k+ de patrimônio, sem arrumar um motivo para torrar. É muito mais o comportamento, do que necessariamente ter dinheiro disponível. Cabeça de empreendedor é muito raro por aqui, eu mesmo reluto bastante, pois por enquanto não desejo trabalhar que nem um condenado, porque não há nenhuma certeza no mundo do empreendedorismo. Eu sempre achei startups verdadeiras hypes, muita gente embarcou achando que era um mar de rosas, e se arrebentou em outros aspectos de suas próprias vidas. Eu conheço pessoas próximas que se frustaram, tiveram seus casamentos desfeitos, filhos e familiares se tornaram distantes. Também é passível de ter essas mesmas características comparando com a jornada FIRE.

      Eu já recusei sociedade, eu fico num ponto em que não empreendo raiz, mas também não sou empregado típico CLT. Atuo como empresa, trabalho de onde quiser, e assim consigo dosar bem com minha vida pessoal. Pelo menos, é o que parece. Gostei bastante de todo o desenrolar da conversa, espero continuar vendo você por aqui. Um grande abraço.

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  4. Fala milionário. Não há caminho que se escolha trilhar na vida, que não traga junto potenciais questionamentos.
    Se a pessoa é solteira pode questionar se casado a vida seria melhor.
    Se a pessoa está casada pode questionar se não seria sido melhor ficar solteira.
    Com relacão aos nosso comportamentos e modo de encarar a vida, é a mesma coisa. Será se eu fosse diferente, não seria melhor?

    Muito complexo tudo isso e tem coisas para as quais talvez nunca tenhamos respostas definitivas, apenas divagações.
    Sempre defendi a tese de que o que faz a diferença em pessoas comuns que buscam a IF não é conhecimento técnico sobre finanças e sim comportamento.
    A maioria das pessoas assalariadas "comuns", autônomos ou micro empreendedores que tiveram êxito nessa jornada são pessoas mais introvertidas, simples, que não gostam de ostentar e principalmente por isso são mais econômicas.
    Portanto pra mim esse tipo de perfil mais quieto auxiliar no acumulo de capital.
    Porém acho que isso só é válido quando a pessoa é assim por natureza e não sofre por conta disso. "Emular" personalidade ou comportamentos assim pra acumular dinheiro é estupidez e em algum momento a conta chega.

    Com relação a relacionamentos, concordo com você, quem tem a possibilidade de ter uma esposa ou um marido (no caso das mulheres)com comportamento ou pensamentos parecidos, sem dúvidas tem algo de muito valor.
    Mas nem sempre é fácil ser bem sucedido nas relações humanas, nem sempre as relações tem muita lógica ou são muito prevíveis e com a dinâmica atual das relações homem X mulher muitas vezes nos sentimos meio perdidos e creio que a maioria dos homens se sente ou já se sentiu assim.
    Fora isso confiar em pessoas para falar sobre o tem IF é algo complicado e por vezes até perigoso,tem coisas que felizmente ou infelizmente temos que guardar pra nós.

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    1. Estás coberto de razão! Nós sempre teremos questionamentos, e as circunstâncias que nos trazem ao nosso momento atual contribuem para todas as pequenas escolhas que fazemos no caminho. Como argumentei, nunca esteve em meus planos casar e ter filhos, mas as circunstâncias me levaram a passar por essas experiências.

      Um livro bem interessante sobre comportamentos é o "Thinking fast and slow", onde o autor foi prêmio nobel em Economia, sendo que não é economista: sua formação é em psicologia. Eu mesmo, sem falsa modéstia, considero que possuo conhecimentos técnicos ainda muito pequenos em finanças, mas venho aprendendo a lidar com minhas emoções quando invisto, e continuo aprendendo. Há duas semanas atrás, quando soltaram o lula, o mercado todo desesperado, eu fui lá e aumentei minhas posições no mercado acionário. Apesar de não ter realizado nenhum lucro, os respectivos preços já justificam minha iniciativa de "comprar ao som dos canhões".

      Eu sou sim uma pessoa introvertida. Quando mais novo, eu era bem bicho do mato, de não conseguir falar com as pessoas. Conforme amadureci em minha vida pessoal e profissional, acabei desenvolvendo melhor a habilidade de comunicação, ainda que me considere introvertido. De fato, por não ter vontades mais mundanas de consumismo, acabou de ajudando bastante em manter aportes e subidas de patrimônio em todos os meses desde que iniciei este blog. Eu já sofri por algum tempo, pensando que eu devesse começar a gastar mais, mas acabei entendendo que eu estava tentando criar uma necessidade que eu naturalmente não me sentia confortável. Hoje me sinto bem mais tranquilo, e por mais contraditório que pareça, tenho pouquíssima necessidade de consumo. O minimalismo me atrai, me sinto mais confortável, mas não ao ponto de fazer minhas próprias refeições, por exemplo. Eu acompanho o blog da Yuka, acho louvável que ela faça a própria comida da família, mas isso não é meu perfil. Como eu atuo em várias frentes de trabalho, minha hora produzindo vale bem mais do que o tempo que eu levaria preparando e estocando comida. Ainda que eu pedisse comida no iFood diariamente (o que definitivamente não é o caso), ainda assim não iria onerar meu patrimônio, pois consigo ter um jogo de cintura incrível para tocar tantas coisas ao mesmo tempo.

      Eu nunca fui uma pessoa exemplo no quesito de relações humanas. Talvez a minha maneira solitária de agir seja uma proteção automática. Nunca tive muitos amigos, nunca fui popular, e nunca fiz questão. Já liderei projetos, foram experiências interessantes, mas hoje produzo mais no lado operacional, ganho mais e me aborreço menos. Lidar com pessoas é difícil, sempre foi e sempre será. Como eu sou uma pessoa extremamente racional, acabo sendo estúpido sem perceber, sem fazer por mal, só que sempre fui assim. Filhos me ajudaram a ser uma pessoa com mais tolerância, e cada vez mais faço valer que "a ignorância é uma bênção".

      Eu consigo falar com quase ninguém pessoalmente sobre finanças e investimentos, taí uma coisa que eu gostaria me me alongar. Gosto do assunto, mas aqui no Brasil poucos ainda valorizam e muitos acham o assunto chato. Então, pra variar, sigo solitário.

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    2. Sou o anon 08:55
      Você ao meu ver foi muito feliz em ter casado e ser pai. Acho que principalmente o fato de ser pai é um enorme estímulo para que um homem não fique estagnado como pessoa, ou mesmo não se deteriore.
      Sou solteiro e não tenho filhos e hoje conhecendo a dinâmica dos relacionamentos posso dizer que não é muito aniimador o cenário que está formado.
      Por isso que está "bem sucedido" nessa área deve valorizar.

      Sobre pessoas para falar sobre investimentos... Aí entramos numa esfera geralmente complicada.
      Pela minha experiência de vida e pelo que já vi de outras pessoas (parentes, colegas de trabalho, pessoa de época que fiz faculdade, pessoas aleatórias com quem já conversei) posso dizer que a grande maioria não quer ter o trabalho de pensar em nada além do básico.
      Não sei se você concorda comigo, talvez sua vivência seja diferente. Mas ao meu ver, ao menos qui no Brasil, se você é uma pessoa com senso crítico, que não cai em modismos, não ostenta, não tem hábito de falar da vida alheia ou encher a cara no fim de semana você provavelmente terá vida social limitada.
      A não ser que faça parte de algum grupo ou atividade específica (como igreja) por exemplo.
      No trabalho percebo isso a anos, ninguém quer ter opinião pra nada e ninguém quer publicamente ter opinião, muitossão verdadeiros personagens que se preocupam demais em agradar, justamente para não ficar sem "amigos".
      Mas vendo isso percebi o quão frageis são a maioria dos vínculos humanos.
      Tem gente que acha que tem muitos amigos, mas se for peneirar bem, não tem nenhum.

      Sou um cara mais introvertido, não bebo e não me acho melhor ou pior por conta disso. Mas sei que o meu perfil não é atraente pra boa parte das pessoas.
      E reconheço que a falta de relacionamentos pode sim se tornar um problema se a pessoanão souber lidar com isso.
      É uma faca de dois gumes.
      Espero melhorar nesse quesito, mas espero sem muitas expectativas.

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    3. Você tocou em um ponto interessante. Quando me tornei pai, minha perspectiva de mundo mudou radicalmente. Bem objetivamente, nunca pensei que me importaria tanto com outra pessoa, quanto com filho (ou filha). Por mais que eu tenha uma atitude mais solitária, quero ser o melhor pai possível, e procuro prestar atenção para que melhore a socialização com filhos. Em tempos que não era pai, não estava mais vendo motivo para abdicar de prazeres imediatos com essa jornada, mas isso mudou. Agora busco ser livre para que participe de todas as etapas enquanto morar comigo, e trabalhar remotamente é incrivelmente libertador, e me aproximou muito no quesito família. Hoje eu possuo uma motivação para seguir em frente. Eu me preocupo também como são bem difíceis os relacionamentos de hoje em dia. Por um lado, temos acesso ao mundo inteiro de nossos smartphones, mas pelo outro vejo uma alienação enorme em mídias sociais, muitas vezes dificultando os relacionamentos interpessoais. Eu particularmente não uso redes sociais, e assim como esportes (como torcedor) e novelas, acho um grande desperdício de tempo e energia.

      Eu fiquei de saco cheio de trabalhar em escritório. É exatamente isso o que você relatou: as pessoas pensam muito no básico, e pra muitas delas é natural perder uma enormidade de tempo em trânsito diário e aguentar situações de puxa-saquismo e gente escrota. Conforme eu fui me tornando mais livre, eu fui ganhando mais coragem para argumentar e agir o que achava certo, por mais que incomodasse. Mas sem extremos, pois sempre temos que ter alguma pitada de política para lidarmos com as situações.

      Sim, eu concordo contigo. Eu costumo ser uma pessoa de bastante senso crítico. Não costumo cair em modismos e nunca fiz questão, muito antes desta jornada. Ostentar nunca esteve em meu dia a dia, não gosto de falar da vida alheia, e isso tem muito a ver com não usar redes sociais. Não bebo, e não me sinto menor ou maior que ninguém, simplesmente nunca gostei e nunca senti insegurança em beber para ser aceito por alguéns.

      Acho que as pessoas têm muito medo de terem opiniões hoje em dia, e isso era muito evidente quando eu trabalhava em escritório. Pra mim, pior do que não ter uma opinião definida, é pagar de isentão, e convenhamos tá cheio de gente hoje em dia assim. Só queria saber onde estavam nas últimas décadas. Imagine que as pessoas em geral se preocupam em manter seus empregos, pois estão na corrida dos ratos. Então, ter opinião contrária à superiores pode significar uma maior dificuldade em galgar crescimento, e que por mais que digam que não interfere, interfere sim. Então, como as pessoas não têm a liberdade, vivem com medo de perder suas únicas fontes de renda, e passam toda uma vida engolindo sapos. Até pelo menos subirem o suficiente para que não tenham que desagradar mais superiores.

      Eu nunca fui uma pessoa de muitos amigos, desde que me conheço por gente. Hoje em dia, com toda essa enxurrada de dados e pessoas falando merda, apenas reforça o quanto me sinto mais confortável em me isolar de toda essa barulheira. Me interessar por FIRE vai totalmente de contramão de tudo o que é encarado como "normal".

      Você não está sozinho. Eu mesmo nunca fui de muitos amigos, nem de muitas namoradas ou muitas experiências de pegação. A não ser que uma pessoa se considere assexuada ou não queria se relacionar por qualquer motivo, todo mundo encontra alguém. Só toma cuidado pra não agarrar o que aparecer, por se achar introvertido ou com poucas chances, e se meter numa furada. Obrigado por seus comentários, agregaram bastante. Um abraço.

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  5. Oi Milionário, tudo bem? Eu também acho que FIRE é uma jornada solitária. Eu tenho o meu marido companheirão de jornada, mas meus amigos não pensam da mesma forma que eu. Alguns sabem, e não ligam a mínima. Outros sabem, e acham a maior besteira do universo. E a maioria nem tem noção do que acontece na minha vida. Eu mantenho as amizades, mas sabe quando dá uma sensação de que está só na superficialidade? De que eles não me conhecem de fato, e parecem que não têm interesse em me conhecer? Uma pena que aqui no Brasil, por conta da violência e da desigualdade social, a chance de nos conhecermos pessoalmente é muito remota, principalmente aos que publicam valores de patrimônio. E com isso, apesar de conversarmos bastante pelos blogs, acabamos com uma vida solitária. Gostei do post, e obrigada por me mencionar. Beijos. Yuka.

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    1. Olá, prazer vê-la por aqui! Tudo certinho.

      Eu também sinto a mesma coisa, onde as pessoas ao meu redor encaram com superficialidade, e muitos acham besteira. Muitos têm aquele velho discurso "carpe diem", que a vida é curta, que não saberemos se estaremos vivos amanhã, não faltam motivos para tentar justificar a falta de planejamento e até mesmo o mínimo de responsabilidade. Eu fico de certa maneira triste, não apenas por minha pessoa, mas por ver que ainda é um tabu muito grande, e que atitudes bem menos difíceis já seriam suficientes para mudar drasticamente suas vidas.

      Sim, também acho uma pena, isso limita bastante de blogueiros se tornarem amigos na vida real. Eu tentei há um tempo atrás algo assim, mas acho que os outros têm justamente esse medo, e o movimento não ganhou força. Isso ajuda a agravar esse lado solitário.

      Que bom que gostou. Pelo visto está provocando reações em muitos que pelo visto passam por situação semelhante, estão pipocando comentários aqui. É um prazer mencioná-la, continue acompanhando, quem sabe eu me aprofunde mais em posts assim.

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  6. Olá, Milionário!

    Eu acho que quando estamos perseguindo qualquer coisa que nos tire da "média" da população teremos esta sensação de solidão, pois por definição estamos procurando uma área onde há poucas pessoas.

    Sempre fui um pouco sozinho pra maioria das coisas na minha vida, então acho que estou mais do que acostumado quanto a isso. De fato, hoje nem chego mais a ver a "solidão" como uma coisa ruim como via na adolescência; é um sinal que estou tendo progresso.

    Felizmente, minha mulher se alinha bastante com o que busco com o FIRE então não tenho conflito de interesses. Mas não tenho muito o que acrescentar quanto a problemas nessa área...

    Abraços e seguimos em frente!

    Pinguim Investidor
    https://pinguiminvestidor.com

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    1. Olá, nobre pinguim!

      Pensando nesta perspectiva, você tem razão. Eu mesmo já relatei em comentários anteriores desta postagem que não tenho hábitos mundanos, como torcer em esportes, ver novelas ou usar redes sociais. E isso me tira da "média" e me torna uma pessoa chata e desinteressante para a grande maioria.

      Eu também sempre agi muito sozinho, mas você tem razão. Isso não é necessariamente uma coisa ruim. O problema é que muitas das pessoas que estão nesta média, nos cobram para sermos mais mundanos e muito constantemente. Por muitas vezes eu associo, mesmo que inconscientemente, que é um problema. E talvez prejudique de alguma maneira as relações interpessoais. Talvez eu precise trabalhar melhor como encaro isso, mas sem me sentir superior e nem inferior à ninguém.

      Você também tem um tesouro, que bom ver que existem mais casos em que cônjuge compartilhe desse tipo de interesse. Talvez não seja tão raro assim.

      Um abraço, e obrigado pela visita!

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  7. Milionário aos 40, tudo bem?

    Acho que nunca foi feita uma pesquisa neste sentido, mas acho que grande parte das pessoas da comunidade FIRE tem este perfil mais introvertido. Eu sou um deles.

    Não é que compensamos a falta de relações pessoais por uma busca desenfreada por posses. Simplesmente, somos assim. Talvez, algum gene faça algumas pessoas terem maior predisposição a poupar do que consumir.

    O fato de você não ter com quem conversar pode incomodar alguns, mas vejo a finansfera como uma rota de fuga. Aqui, a grande maioria pensa do mesmo jeito, o que facilita, sobremaneira, a troca de ideias. Encontros presenciais podem ser ótimos para a comunidade, mas por questões de segurança, acho algo inviável para a maioria.

    Realmente, encontrar o ponto de equilíbrio entre poupar e viver não é fácil. Ouso dizer que talvez seja a maior problemática vivida neste meio (mais do que procurar aumentar a rentabilidade da carteira de ativos).

    Quando você é casado com alguém que tenha padrão de comportamento semelhante, inclusive no aspecto financeiro, as coisas ficam mais fáceis. Minha esposa sabe que estou bem busca da independência financeira. Falo para ela das metas. Que sacrifícios são necessários para se alcançar o objetivo. O fato de ela ter nascido em família de poucas posses e que sempre teve que batalhar muito duro pelo sustento (pequenos produtores de soja) contribui, a meu ver, para ela ter visão de priorizar a poupança do que a veia consumista. Bom para mim, pois eu não daria certo com uma mulher consumista. Acabei namoros quando percebi que teria problemas neste aspecto.

    A grande lição que tiramos acompanhando as vidas de blogueiros FIRE é que o indivíduo pode ser milionário, mas não existe perfeição. Todos tem seus problemas, seus dilemas. O diálogo permite você enxergar pontos de vista não vistos anteriormente. Daí, vejo como uma experiência bastante enriquecedora.

    Sucesso!

    Abraço.

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    1. Tudo certo!

      Exatamente, temos uma predisposição em pouparmos e valorizarmos o sacrifício presente em prol de um futuro (próximo) melhor. Entendermos como lidar com FIRE faz parte de nossos próprios amadurecimentos, ainda mais quando trilhamos sozinhos.

      Eu acho que estou me acostumando com isso. Procurando não pensar muito que sou diferente, ou que sou minoria. Se pensar bem, muitas pessoas por aí podem ser minorias em diversos aspectos. O que vivenciamos aqui, é apenas um aspecto. Já pensou sob esse ponto de vista?

      A partir do momento que comecei a vivenciar uma maior liberdade de escolha, vide ter passado a trabalhar remotamente, passei a pensar mais nesse assunto. Eu sempre senti culpa em gastar, talvez isso tenha sido um grande impulsionador para o momento, então estou adotando a estratégia de "conta para gastar". Esse dinheiro não contabilizo para o patrimônio, o que me deixa mais tranquilo sobre esse sentimento de culpa. Mas o que de tranquiliza, e ao mesmo tempo incomoda, é que mesmo assim acaba sobrando parte considerável, dado meu perfil muito pouco consumista.

      Minha esposa sabe que eu sou econômico, respeita bem mais hoje em dia, pois sabe que o faço com muita dedicação e que é meu perfil. Nunca enganei ela sobre isso. Por ela ser funcionária pública, apesar de ter passado algumas dificuldades na vida, não se preocupa em acumular patrimônio, nem investir. Na cabeça dela, sempre haverá dinheiro vide estado. Eu espero que nunca passe por qualquer risco de não receber salário, como já aconteceu com muitos pelo estado. Ela já foi demasiadamente consumista, hoje em dia é bem mais consciente, principalmente por causa do meu exemplo.

      Sim, independente de patrimônio, genes ou perfil, todos possuem inquietudes. O problema é conseguir ter diálogo neste meio, onde normalmente pessoas mais próximas não possuem interesse, como é em meu caso.

      Muito obrigado pela visita e por seus comentários enriquecedores. Volte sempre! Um abraço!

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